DEPOIS DA ESCRAVIDÃO, O QUE VEM ?
Não bastava apenas extinguir a escravidão. Restava definir o que fazer com os escravos libertos. Além disso, num país predominantemente agrário, o estatuto da terra tinha que ser adaptado à nova realidade que estava sendo construída. Vejamos a visão particular de um dos mais destacados abolicionistas sobre a concessão da liberdade aos negros cativos.
TEXTO 1
"No Brasil [. . .] a escravidão, ainda que fundada sobre a diferença das duas raças, nunca desenvolveu a prevenção da cor e nisso foi infinitamente mais hábil. Os contatos entre aquelas, desde a colonização primitiva dos donatários até hoje, produziram uma população mestiça, como já vimos, e os escravos, ao receberem sua carta de alforria, recebiam também a investidura de cidadão."
TEXTO 2
"[. . .] Eu, pois, se for eleito, não separarei as duas questões - a emancipação dos escravos e a da democratização do solo. Uma é o complemento da outra. Acabar com a escravidão não nos basta; é preciso destruir a obra da escravidão."
QUESTÕES
1. Quem é o autor dos textos e em que contexto eles foram produzidos?
2. Conforme o texto 1, que característica da escravidão no Brasil teria amenizado o conflito entre negros e brancos? Segundo o autor, essa característica trouxe algum benefício aos ex-escravos? Justifique.
3. No texto 2, que questão não poderia ser separada da libertação dos escravos? Qual a diferença entre ambas?
4. O que seria necessário fazer, segundo o autor, para destruir a obra da escravidão? Em sua opinião, isso foi feito? Justifique.